Finalmente dia 27 de outubro chegou e passei pelo Dr Amilton, mas infelizmente as consultas dele se atrasaram e ele tinha um voo marcado e não pode me atender. Volto na semana seguinte para realizar um teste farmacológico para MIASTENIA GRAVIS. Passei o fim de semana lendo sobre, e tenho quase certeza que o teste será negativo, pois a minha condição não piora com o decorrer do dia. Não acordo bem e vou piorando. Acordo já arrastando a perna, c dificuldade para respirar, engolir e sigo assim o resto doo dia. Claro que se fizer um esforço maior vou ficar mais fadigada e contraturas irão aparecer. Outra característica que tenho e que não acontece nessa doença é a ATROFIA MUSCULAR. Bom, enfim fui na segunda fazer o tal teste.
Teste Farmacológico
Inibem as esterases tornando a Acetilcolina mais disponível na
junção neuromuscular e assim melhorando a transmissão neuromuscular. Os produtos
mais utilizados são o edrofônio (Tensilon) e a neostigmina (Prostigmina).
A. teste do edrofônio = Injetar 10 mg (1ml) EV como segue, para evitar sinais de
hipersensibilidade (bradicardia severa, broncoespasmo, náusea ou intensa fraqueza) :
iniciar com 2mg e esperar 45 segundos, se não houver melhora injetar mais 3mg e
esperar 45 segundos; se ainda não melhorar a força muscular injetar os últimos 5mg.
A resposta tem início imediato, durando de 4 a 5 minutos, com acentuada melhora da
força muscular. Este teste é muito útil para determinar se existe ou não crise
colinérgica por iatrogenia (náusea, vômitos, palidez, sudorese, salivação, cólicas,
diarréia, miose, bradicardia e priora da fraqueza muscular), pois então a força
muscular não melhora com a injeção de edrofônio e inclusive piora. Caso ocorram
sinais de hipersensibilidade aplicar 0.5mg de atropina EV.
B. teste da neostigmina = Aplicar 0.5 a 1mg IM, havendo melhora da força muscular
após 5 a 15 minutos com duração de 2 a 3 horas. Caso ocorra reação muscarínica
(náusea, vômitos, sudorese e salivação) aplicar 0.5mg de atropina EV.
Foi seguido todos esses passos, só que no segundo minuto ao invés de recuperar a força, perdi mais ainda. Então comecei a sentir tontura, a boca começou a salivar sem parar, vomitei e já não conseguia mais respirar, como se todos os meus músculos tivessem perdido a função. Minha saturação começou a cair e os batimentos cardíacos também. Aí foi uma correria, as enfermeiras me colocaram na cama, Dr Amilton ficou me monitorando com os dedos no meu pulso, colocaram oxigênio. Mas sentia uma cólica na barriga e também uma dor insuportável na língua. Meus batimentos começaram a cair e chegou a 36 a maquina ao qual estava ligada começou a apitar e chama carrinho de ressuscitação. Nesse meio tempo já aplicaram a Atropina. E quando o carrinho chegou, meus batimentos subiram um pouco e aí foi esperar a atropina cortar o efeito do Tensilon, mas permaneci 2 horas em observação até meus batimentos normalizarem. Ele ficou o tempo todo conversando comigo para ver se eu estava lúcida perguntando meu nome e monitorando meu pulso.
Ai quando já estava melhor, ele me falou sobre uma conversa que teve com a enfermeira que estava acompanhando o procedimento, antes de eu chegar, ela perguntou porque precisava da Atropina. Ele explicou a ela que a pessoa poderia ter uma reação alérgica caso n tivesse MG. Mas que era bem raro isso acontecer. Que em 40 anos de profissão só tinha acontecido uma vez. Ai eles riram e ele falou você foi a segunda!
Claro que tinha que ser!!!
Bom, o teste foi negativo e voltaria na quinta feira para uma nova avaliação clínica neurológica.
Fiquei 2 dias com muita dor pelo corpo todo e sem conseguir abrir a boca direito e comer por conta da dor na língua. Tive uma fraqueza generalizada nos músculos do meu corpo, mas minha agonia estava apenas começando.
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